UM SALTO EM FRENTE

Tenho estado doente... física e psicologicamente. Uma constipação forte atirou-me para o sofá (a cama não foi opção porque deitada não conseguia respirar) e com ela mais tempo para pensar no que devo e no que não devo... enquanto andei numa lufa-lufa, de um lado para o outro, consegui não parar o tempo suficiente para me concentrar no problema da ordem do dia (da ordem dos dias dos últimos meses)... estar desempregada!!!

Dias de pânico, sobretudo porque até havia alternativas, mas que aos meus olhos e naquele momento, não o eram. Outros de consternação porque decidi abraçar projectos que em princípio ajudariam os outros a manter ou arrancar negócios e que viriam apenas ajudar a matar o tempo sem outros "ganhos" de relevância.

Houve quem me dissesse que com o tempo me iria habituar a esta condição... habituada acho que não estou nem nunca poderia estar mas as coisas agora fluem de outra forma... gostava de não voltar ao tal "pânico" do devo ou não aceitar isto, é suficientemente bem ou mal pago, resta-me tempo suficiente para continuar a procurar?!? Pelo menos dei um passo na direcção de considerar a possibilidade de emigrar mas foi só um degrauzinho... porque por muito que em teoria seja a melhor opção, por todos os relatos dos amigos e conhecidos espalhados por esse mundo fora, pela admiração que sinto por todos eles, porque optaram pelo melhor para as suas vidas e com esse facto vivem (ou sobrevivem) todos os dias, com as alegrias e as frustações a que todos estamos sujeitos, na nossa terra ou no chão que não tem as nossas raízes, a razão não se consegue sobrepor ao meu coração. Mas apesar de tudo, a viagem a Londres foi inspiradora.

Sei bem o que a minha mãe me quer dizer quando projecta aquelas palavras que me tiram do sério, que tenho de dar o salto ou nunca serei capaz de ultrapassar todos os medos porque por muito decidida e forte que ainda assim tenha sido em muitas alturas (ou talvez por ter tido de saltar obstáculos "quase" sózinha), não consigo avançar para o desconhecido. Entretanto, até já não me pesam na consciência pequenos delitos e actos de loucura se me fazem viver breves mas intensos momentos de alegria :p

Pensei que algumas desistências pudessem ser oportunidades para mim mas o tempo continua avançar o facto é que nenhuma se concretizou. Se fiz tudo o que podia e estava ao meu alcance? Provavelmente não mas não cruzei os braços. Continuo todos os dias a pôr pesos nos pratos da balança mas a verdade é que eu não sei ao certo o que quero ou posso fazer, aqui ou noutro lugar. O meu caminho estava traçado, conhecia todos os atalhos, quando entrava num beco, dava meia volta e saía...

Parece que 2015 vai ser o ano dos Leões, Escorpiões e Touros. Espero que se acenda uma luz para alumiar este teimoso e pesado ser e que nada chegue a um extremo. E o que for será, pela mão de quem tiver de ser...

Certainly, I will find it!